Com auditório cheio, encerramento do 6º Congresso discute inovações aos processos ceramistas

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Após quatro dias de intensas atividades e enriquecedoras intervenções ao ceramistas, o 6º Congresso da Indústria Cerâmica de Revestimento foi encerrada com direito a número recorde de público espectador. No auditório 2, as seis palestras ocorridas na manhã de sexta-feira, 19, foram responsáveis por atrair ceramistas de diversas empresas do polo produtor e todas as cadeiras ficaram ocupadas.

Para o curador do evento, professor doutor Anselmo Boschi, que esteve presente durante todos os dias este foi um momento de extrema importância na história dos congressos passados. Conforme destacou no encerramento, “houve aumento significativo no nível técnico das palestras ministradas, o que contribui diretamente para o aprimoramento e atualização dos conhecimentos”.

No último dia, os temas foram relacionados especificamente ao campo de atuação dos participantes, com palestras tratando de Porcelanato e Matérias-Primas. Neste último, uma das preocupações apontadas foram a questão da exaustão de reservas de argilas. “Se até 10 anos atrás havia grandes jazidas, é preciso pensar em um futuro buscando qualidade, a partir meio de beneficiamento de argila”, disse o Engenheiro de Minas, Tomaz Teodoro da Cruz.

Outra saída, apontada por Sérgio Ricardo Christofoletti, do Instituto Florestal – ligado à Secretaria Estadual do Estado de São Paulo – é a busca por novas jazidas. Um estudo foi desenvolvido para analisar as características de argilas dos municípios de Porto Ferreira, Santa Rosa do Viterbo e Tambaú. “Em Santa Rosa, por exemplo, há mina com material fino, roxo e maciço, bem similar ao dessa região”, disse Christofoletti sobre a qualidade.

Otimização do processo e do produto

No decorrer dos anos, novas tecnologias propuseram viabilizar os processos produtivos, no entanto alguns há paradigmas a serem desmistificados e que podem, além de tornar a produção mais rápida, reduzir custos. O sistema de moagem, por exemplo, segue alguns padrões, como a utilização de bolas de diâmetro maior. “Cada vez mais são exigidos que as partículas sejam mais finas e o moinho é o coração do processo, por isso é necessário pensar alternativas”, disse Renata Roberti, da empresa Netzsch.

A câmara passa a utilizar microesferas, por meio de ação mecânica, que tendem pelos  contatos e aumento do atrito, resultar em grãos menores e material mais fino.”A granulometria final é de um milésimo do tamanho das esferas de moagem”, ressaltou Renata. Com processo mais rápido, o ceramista pode observar outras propriedades que interferem na qualidade do produto final.

A deformação piroplástica é tema de trabalho acadêmico do Laboratório de Revestimentos Cerâmicos da UFSCar, no qual Lisandra Conserva é um das autoras. “Com essa irregularidade, o produto perde o formato original e isso se deve, em especial, pelas características da estrutura porosa que acomodará a fase líquida, além do volume e natureza de tal fase”, disse Lisandra.

“Conhecendo-se os problemas e os motivos da deformação, é possível encontrar elementos químicos necessários para reverter o processo”, destacou. Além dessas informações, outras serão divulgadas na próxima edição da revista institucional da ASPACER, fique atento.

Fonte: Wagner Gonçalves