A Aspacer esteve representada pelo diretor superintendente Luís Fernando Quilici, no último dia 23, no evento que comemorou o Dia da Indústria, no Rio de Janeiro – RJ, em um debate que discorreu sobre gás natural e o futuro do gás de xisto.
“A perspectiva é de que a produção de shale gas aumente nos próximos anos e represente mais de 50% da oferta de gás natural americana”. Esta foi a estimativa do diretor da Divisão de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis da Energy Information Administration (EIA), agência de energia do governo dos Estados Unidos, Michael Schaal, durante o painel “Os impactos do shale gas na matriz de custos da indústria americana e seus efeitos sobre a competitividade global e brasileira”, realizado nesta quinta-feira, dia 23, pelo Sistema FIRJAN em comemoração ao Dia da Indústria.
Em sua apresentação, Schaal ressaltou ainda que a produção de gás natural no país acontece com maior rapidez do que o consumo, o que faz com que os Estados Unidos se tornem um forte exportador de gás natural em 2020.
O presidente do Conselho Empresarial de Energia do Sistema FIRJAN, Armando Guedes, alertou que um dos principais entraves para a falta de competitividade da indústria brasileira é o alto custo do gás. “O preço do gás no país coloca a nossa indústria em risco”, disse Armando Guedes.
Estudo recente divulgado pelo Sistema FIRJAN mostra que a indústria brasileira tem gasto adicional de US$ 4,9 bilhões ao ano, na comparação com as indústrias americanas, devido ao preço do gás. A tarifa média do gás para a indústria no Brasil é de US$ 17,14/MMbtu, enquanto nos Estados Unidos o valor é de US$ 4,45/MMbtu, por conta do advento do shale gas (gás de xisto).
Entre os diferenciais da produção do shale gas nos Estados Unidos, Michael Schaal destacou o desenvolvimento tecnológico, a existência de infraestrutura, a regulamentação e o mercado preparado para a produção, ressaltando a mão de obra especializada.
O debate ficou em torno das medidas que podem ser tomadas para reduzir o custo do gás para a indústria brasileira, tornando-as mais competitivas. De acordo com o vice-presidente executivo da Braskem, Rui Chammas, “copiar o modelo americano tem vários desafios”.
No encontro, Chammas defendeu a criação de um modelo brasileiro, aproveitando as reservas de pré-sal do país. O diretor da Energia do Rio, Luiz Carlos L. Costamilan, concordou que é preciso se pensar em uma solução brasileira e fala também sobre a importância da retomada dos leilões da ANP. “Quando a ANP faz esses leilões, temos que aplaudir”.
O painel contou também com a apresentação do vice-presidente da empresa de consultoria IHS na América Latina, Robert Fryklund, que mostrou como os Estados Unidos são competitivos no mercado global, mas prevendo crescimento da produção de gás na Europa, principalmente na França e no sudoeste do continente.