Nestes últimos dois dias (3 e 4), a Associação Paulista das Cerâmicas de Revestimento (ASPACER) promoveu o 12º Fórum Nacional de Design para Revestimentos Cerâmicos, reunindo nomes de destaque no cenário nacional e internacional. Com o tema “Criar é Cuidar: o design regenerador como compromisso com a vida e o futuro”, o evento discutiu como o design pode atuar como ferramenta de cuidado, inovação e transformação diante das crises contemporâneas.
A abertura contou com a palestra de Lutzia Ortiz, chefe da Unidade de Design de Produto e do Observatório de Tendências de Habitat do Instituto de Tecnologia Cerâmica de Castellón, na Espanha, que apresentou as principais tendências globais em superfícies cerâmicas. Em seguida, Camila Contato, designer e diretora da Contato Consultoria, destacou o potencial do design regenerativo para gerar valor sistêmico, aliando tecnologia, estética e práticas ESG. A coordenadora acadêmica do Istituto Europeo di Design de São Paulo, Graziela Nivoloni, abordou a necessidade de novas metodologias para repensar a formação em design. O arquiteto Alexandre Salles, coordenador da pós-graduação em
Design de Interiores Contemporâneo do IED e sócio do Estúdio Tarimba, trouxe reflexões sobre ancestralidade e pertencimento como fundamentos para a prática projetual. Encerrando o primeiro dia, a arquiteta, apresentadora e ativista Stephanie Ribeiro defendeu o design de interiores como ferramenta de memória, vínculo e transformação social.
O segundo dia de atividades foi aberto por Juliana Battistini, gerente de Design do Grupo Esmalglass-Itaca, que discutiu a convergência entre design, tendências e tecnologia. Na sequência, a arquiteta e especialista em neurodesign Marina Otte mostrou como as superfícies podem atuar como experiências sensoriais de bem-estar e conexão emocional. Já Ricardo Cícero, líder de sourcing da Obramax, trouxe uma análise aprofundada sobre o cenário mercadológico atual, a evolução do consumo e as oportunidades para o setor cerâmico. À tarde, o diretor comercial e de marketing da APS Eventos, Alexandre Keese, que é especialista em Adobe Photoshop, levantou a questão sobre quem está no comando na criação: o designer ou a tecnologia. A jornalista e curadora de design ativista Carol Anchieta, da Mídia Ninja, destacou o papel do design como agente de transformação política, cultural e social.
O encerramento foi marcado por um workshop ministrado novamente por Lutzia Ortiz, com foco nas tendências de 2026 para superfícies cerâmicas, e pelas considerações finais de Marcos Serafim, gerente de Design e Inovação do Centro Cerâmico do Brasil, que apresentou uma síntese dos principais aprendizados e perspectivas para o futuro do setor.
Com uma programação diversa e reflexões que uniram sustentabilidade, tecnologia e responsabilidade social, o Fórum Nacional de Design reafirmou a importância do design como prática estratégica e regeneradora, consolidando-se como um espaço de inovação e troca de conhecimento.
