A Fiesp promoveu na segunda-feira (16/6), o seminário Gás para Empregar, com o objetivo de debater as formas de alcançar uma estrutura de preços mais justa e sustentável para o gás natural. O evento reuniu importantes nomes do setor, incluindo entidades como ASPACER, ANFACER, ABRACE, ABIVIDRO, Petrobras e Ministério de Minas e Energia.
Para Josué Gomes da Silva, presidente da Fiesp, que fez abertura do evento, o elevado custo do gás natural tem prejudicado a capacidade da indústria brasileira de competir no mercado global. Essa desvantagem fica clara quando se compara o preço do gás no Brasil com o de outros países concorrentes, que pode chegar a ser cinco vezes maior. “Temos vários setores que perdem competitividade em relação ao preço do gás natural, que está muito acima do que é oferecido para a indústria em outras nações”, afirmou.
Já o Ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, lembrou que mais de 90% da matriz elétrica brasileira é renovável, resultado de décadas de investimentos e políticas públicas. “O mundo inteiro debate a transição energética, mas nenhum país tem as condições que o Brasil possui, seja na geração hídrica, solar, eólica ou na biomassa. E isso tem um custo. Quem paga pela infraestrutura é o consumidor brasileiro.
Já pagamos o preço da transição energética, e agora queremos ser remunerados por essa matriz limpa”, afirmou.
Diretor de Relações Institucionais da ASPACER, Luís Fernado Quilici, que a convite da FIESP, participou dos painéis de discussão, destacou que o alto custo do gás natural continua sendo um dos principais entraves ao desenvolvimento da indústria cerâmica no Brasil. Segundo ele, apesar dos avanços no acesso ao mercado livre — especialmente no estado de São Paulo, onde cerca de 95% do consumo do setor já migrou para esse modelo —, os desafios relacionados ao preço da molécula, à infraestrutura de escoamento, ao processamento e às tarifas de transporte e distribuição ainda limitam a competitividade do setor. ““O gás natural precisa ser compreendido como política de Estado para que a neoindustrialização do Brasil se concretize. A indústria cerâmica já demonstrou disposição em avançar, mas é fundamental garantir condições justas e previsíveis de fornecimento. Sem competitividade no insumo, não há desenvolvimento sustentável para a indústria”, afirmou Quilici.
O Painel completo pode ser acompanhado por meio do canal da Fiesp no YouTube.