A expectativa de que os ativos locais teriam uma reação negativa às medidas fiscais anunciadas pelo governo se materializou por completo na sessão de ontem. Com a percepção por parte do mercado de que os riscos fiscais aumentaram – em vez de diminuírem – após a divulgação do pacote, o dólar superou a marca de R$ 6 pela primeira vez na história, os juros futuros dispararam e o Ibovespa despencou, perdendo o patamar de 125 mil pontos. Assim, diante da leitura de que os preços não devem encontrar alívio, instituições financeiras passaram a aumentar suas projeções de Selic e já há discussão sobre uma alta de 1 ponto percentual nos juros em dezembro.
O J.P. Morgan passou a projetar uma alta da Selic de 1 ponto percentual na reunião de dezembro e uma taxa que alcança os 14,25% no meio do ano que vem. Na visão da equipe de economia do J.P. Morgan para o Brasil, liderada por Cassiana Fernandez, as projeções de desaceleração nos gastos feita pelo governo parecem muito otimistas. Além disso, ainda que o governo alegue que a proposta de isenção do IR seja neutra do ponto de vista fiscal, ela deve aumentar ainda mais o impulso fiscal da economia.
Fonte: Valor Econômico