Importados de China e EUA entram a preço de ‘outlet’ e indústria química pode parar mais fábricas

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Mesmo após alcançarem participação recorde de 47% na demanda doméstica em 2023, produtos químicos e petroquímicos importados, sobretudo da China e dos Estados Unidos, seguem entrando no Brasil em volumes crescentes e a preços de “outlet”, nas palavras de participantes do mercado. Conforme a indústria local, essas condições podem levar à paralisação de novas unidades produtivas nas próximas semanas.
Para evitar medidas drásticas, outras companhias têm operado com estoques mais elevados do que o normal, carregando seus custos. Mas há limite para essa estratégia. “Ha risco real de parada de unidades químicas”, diz André Passos Cordeiro, presidente executivo da Associação Brasileira da Indústria Química (Abiquim). Hoje, a taxa de ociosidade no setor gira em torno de 40% e os investimentos, salvo uma ou outra exceção, se restringem à manutenção das operações existentes.
O déficit comercial da indústria já se tornou um velho conhecido e houve aceleração substancial nas duas últimas décadas, chegando ao recorde de US$ 63 bilhões em 2022.
O saldo negativo foi menor em 2023, de US$ 46,6 bilhões, contudo a má notícia para a indústria local é que os volumes importados cresceram — o que “esvaziou” os valores no ano passado foi a queda generalizada dos preços internacionais.
Nesse ambiente, a indústria química brasileira, via Abiquim, indicou no ano passado a necessidade de algum tipo de proteção comercial temporária, para uma lista de pouco mais de 70 produtos. A lista foi levada mais recentemente à Câmara de Comércio Exterior (Camex) e está em consulta pública até 25 de abril.

Fonte: Valor Economico

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