Conforme apresentou o Anuário das Estatísticas de Acidentes do Trabalho na Construção Civil, informe da Previdência Social de julho de 2014, o setor da construção civil sempre foi tradicionalmente conhecido como um setor no qual as condições de saúde e segurança no trabalho eram precárias, o que associado ao baixo nível educacional dos trabalhadores levava a que ocorresse um número desproporcionalmente elevado de acidentes do trabalho. De fato, os dados mostram que o número de acidentes no setor da construção civil é elevado e representam uma parcela importante e crescente dos acidentes do trabalho conhecidos. Em 2012, foram quase 63 mil acidentes no setor, representando 9% dos acidentes conhecidos no país.
E no setor cerâmico essa realidade não é diferente. Com objetivo de integrar melhor o segmento em combate a esse tipo de ocorrência, a ASPACER promoveu no dia 20 de fevereiro uma reunião com os colaboradores que participam do Grupo de Excelência de Segurança e Medicina do Trabalho. O convite se estendeu aos profissionais de empresas que não são do segmento, mas que estão localizadas na região.
O coordenador do Grupo, Pedro Souza, colaborador do Grupo Rocha, afirmou que a participação nesses encontros que acontecem a cada dois meses é de suma importância, uma vez que uma empresa pode compartilhar com a outra seus problemas e sucessos, e o que proporciona melhorias para o setor como um todo. E destacou uma maneira comum de compartilhamento de informações, através da troca de e-mail entre os participantes com o tema “Fica a Dica”, em que todos podem divulgar suas experiências e sugestões de melhorias, ou alertas aos companheiros.
Para Maria Fernanda Rodrigues dos Santos, coordenadora dos Grupos de Excelência da ASPACER, qualquer ocorrência em uma empresa do segmento, torna todas as outras “vidraças”. “Aí passa a se falar no setor cerâmico como um todo, e não apenas uma ou outra empresa”, destaca.
Andréa Costa, da Templum Consultoria, empresa que há 17 anos trabalha com empresas do setor cerâmico, com método que capacita e orienta para a adequação de processos, necessária à obtenção da certificação, fez uma breve explanação de como o segmento está evoluindo com assuntos relacionados à segurança e saúde do trabalhador.
“Antigamente o setor cerâmico possuía uma dimensão muito menor do que é hoje. E com o crescimento e incremento da produção e especialização da mão de obra, houve a necessidade de aprimoramento das questões relacionadas à saúde e segurança do trabalhador”.
Hoje, todas as empresas possuem a ISO 9001 tem como objetivo melhorar a gestão de uma empresa e pode ser aplicado em conjunto com outras normas de funcionamento, como normas de saúde ocupacional, de meio ambiente e de segurança.
Atualmente, algumas caminham para ISO 14001 sistemas de gestão ambiental e de energia internacionais, que ajudam sua organização a identificar, priorizar e gerenciar os riscos ambientais como parte de suas práticas normais. As normas de sistemas de gestão de meio ambiente e de energia, permitem que as organizações possam gerenciar eficazmente o seu impacto ambiental através de compromisso com a prevenção da poluição, cumprimento legal e melhoria contínua, como é o caso da cerâmica Cristofoletti, a primeira empresa via seca do Brasil, a obter a certificação de gestão ambiental, reconhecida internacionalmente, atestando o compromisso da empresa com as melhores práticas de responsabilidade ecológica. Segundo Andréa, a adoção a essa norma virou um diferencial competitivo e redução interna de custos. “As empresas descobriram que o que pagavam para dispor, hoje possuem ferramentas para reaproveitamento dentro das fábricas”. A Templum já está com o processo de implantação dessa norma em outras empresas associadas à ASPACER, como a Atlas, Incefra, Cecafi etc.
Segundo a Templum, o ideal e proposto é que o setor se movimente para implantação da OHSAS 18001, um padrão internacional que estabelece requisitos relacionados à Gestão da Segurança e Saúde Ocupacional, por meio do qual é possível melhorar o conhecimento dos riscos existentes na organização, atuando no seu controle em situações normais e anômalas. Este padrão orienta as organizações sobre como promover a melhoria contínua do desempenho de Segurança e Saúde Ocupacional.
Quais são os principais benefícios da OHSAS 18001
– Melhoria na cultura de segurança, na eficiência e, consequentemente, redução de acidentes na produção;
– Incremento no controle de perigos e redução de riscos;
– Demonstração do atendimento das demandas legais e aumento da sua reputação no gerenciamento da SSO (Segurança e Saúde Ocupacional);
– Constituição de uma parte integral de sua estratégia de desenvolvimento sustentável;
– Demonstração do seu compromisso com a proteção do seu pessoal e dos ativos fixos;
– Promoção das comunicações internas e externas.
O SESI Rio Claro também participou da reunião e falou sobre sua conduta com relação a Normas de Segurança e Saúde do Trabalhador, se prontificando a disponibilizar as cartilhas com orientações às empresas.
Representantes da SG2S, Consultoria Técnica e Comercial, especializada em Engenharia de Segurança do Trabalho, também se apresentaram aos participantes e falaram sobre os serviços oferecidos pela empresa que recentemente se tornou sócio colaboradora da ASPACER.
Mais informações sobre a reunião realizada na sede da ASPACER, favor contatar Maria Fernanda, através do e-mail: fernanda@aspacer.com.br
